quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

QUE 2013 SE VÁ E 2014 VENHA COM TODAS AS SUAS LUTAS...

Fiquei pensando se deveria escrever antes de terminar o ano para dizer alguma coisa sobre o que aconteceu em 2013 e desejar coisas para 2014... É isso que as pessoas fazem quando termina um ano e começa outro? Para que serve tanta festa, tantos fogos, tanta comemoração? Na verdade um ano que termina pede reflexão e maturidade para entendermos o caminho que percorremos e que podemos ou não continuar trilhando. O que fizemos que não deu certo? Onde erramos? Que atitudes tomamos que nos fizeram acertar? E o que podemos fazer para que o novo ano que se inicia seja de fato melhor? Me fiz essas perguntas. Anotei algumas coisas em meu caderninho de reflexões. Todo mundo deveria ter um. Anotar tudinho no final de um ano e início do outro e durante o ano rever, refazer passos, mudar o que tiver que ser mudado, refletir de novo, agindo sempre perseguindo o melhor. Apesar de ter chegado até aqui com algumas alegrias e muitas tarefas cumpridas conforme planejado, não posso dizer que o ano de 2013 foi um bom ano. No sindicato, fizemos muitos acordos e convenções boas em relação a outros sindicatos, mas tivemos também algumas perdas, e mais do que nunca, nos convencemos que precisamos fazer muito mais trabalho de base. Aliás, a tônica desse artigo retrata o que penso sobre isso. Tanto no sindicato como nos partidos, o que falta é trabalho de base. A consciência política não acontece de uma hora para outra. É preciso muito trabalho educativo. É prioritário entendermos que nossos trabalhadores e trabalhadoras precisam de formação política e isso não pode acontecer sem um bom trabalho de base. Se algo me impressionou nesse ano que está acabando foi a constatação inequívoca de que vivemos ainda num Brasil onde a elite dominante é egoísta, racista, discriminadora, violenta e agressiva. Dez anos de governo do PT bastou para que o conservadorismo reinante ficasse totalmente explícito e viesse a tona com toda força contra mudanças absolutamente necessárias para o nosso país. Nesses dez anos de governo tivemos muitos avanços! Mas, não há como nos contentarmos com o que foi conseguido até agora. É preciso avançar e muito! Acredito que poderíamos ter avançado em muitas coisas que não conseguimos ainda pela ingenuidade de alguns e pela omissão de outros. Por mais que alguns digam que não, colocando a culpa na governabilidade pela demora em fazer as reformas necessárias ao Estado brasileiro, penso que, não avançamos por que a direita foi mais competente e percebeu a falta de união das esquerdas brasileiras. Percebeu também, que uma parcela dessa esquerda passou a se preocupar pragmaticamente com as eleições e passou a negligenciar o trabalho de base nos sindicatos e nos movimentos sociais como um todo. Foi dessa forma que a direita conseguiu tempo e condições para montar a maior farsa judiciária já vista nesse país. Com a acusação, julgamento e condenação das maiores lideranças do PT na AP 470, promovida com requintes de maldade desde 2005 através de um conluio entre as forças conservadoras que habitam o STF, a mídia corrupta e alguns partidos que são representantes deles, o PT e todas as esquerdas foram atingidas em cheio, embora, algumas ainda acreditem que nada disso tem a ver com elas... Zé Dirceu era o cérebro que a direita queria abater. Para a direita não importava quem estivesse no caminho, desde que pudessem acabar com a influência de Dirceu no Governo, no partido e na articulação das esquerdas. A prisão dele junto com outros companheiros que culminou nesse ano de 2013 foi o espectro que faltava para acordar algumas pessoas que dormiam achando que nada disso iria afetá-las. Pena isso ter acontecido só agora. O grande problema das esquerdas é que elas gastam uma energia enorme com os dissensos ao invés de promoverem os consensos, e se esquecem que nosso país se erigiu em bases colonialistas e escravistas que mesmo com os dez anos de governo que mudou algumas prioridades, as estruturas de poder se mantiveram. São estruturas corporativas muito fortes que estão no mundo todo há muito tempo. Por outro lado, a formação cultural de um povo não se muda em uma geração. O trabalho de base é essencial e faz toda a diferença. Não é todo mundo que tem que ser dirigente de partido e nem todo mundo tem que ser candidato a cargo eletivo. Um projeto funciona se cada um tiver fazendo a sua parte no processo, sem egos inflados que acham que podem tudo. A formação política precisa ser feita junto com os trabalhadores e trabalhadoras pelos dirigentes dos sindicatos. Para que serve o sindicato? Somente para fazer acordos e convenções? Isso não muda as estruturas sociais. Dirigente sindical precisa fazer trabalho de base. O dirigente partidário por sua vez, precisa estar junto às suas bases políticas, não apenas nas eleições, mas, trabalhando o tempo todo junto com elas. Os militantes sociais precisam trabalhar em suas bases, construindo junto com a população a participação e o debate político. O PT precisa voltar a fazer o que sempre soube fazer. Trabalho de base. Insisto! Muito trabalho de base! O próximo ano promete vir com muitas mentiras, golpes e manipulações. A direita vai investir tudo para atrapalhar o projeto de país que está sendo desenvolvido.Temos que aproveitar o tempo, pois estamos atrasados e fazer muito trabalho de base! Colocar mãos a obra! Fazer o debate! Debate político mostrando as obras, ações, as mentiras da direita e o que se pode fazer com uma base melhor de governadores, deputados e senadores. Temos que mostrar que faz diferença a participação do povo junto ao políticos que elegem. Que eles podem, merecem e conseguem participar. Mostrar também à população quem hoje faz parte da justiça desse país. Eles vão entender muito bem, pois, a maioria deles sofre injustiças, são menosprezados, discriminados pelo Judiciário, pela PM, pelo MP e por muitos outros entes desse sistema corrupto que assola todos nós. Se não temos a mídia, temos as redes sociais, temos jornais, revistas e panfletos e temos boca para falar e mostrar a verdade, que está do nosso lado. Dirceu, Genoíno e Delúbio não estão presos e sofrendo injustiças em vão! Eles estão nos mostrando o caminho de volta que precisamos trilhar. Vamos à luta e por ela venceremos! Que 2014 venha logo e traga com ele todas as tempestades! Enfrentaremos todas com o povo do nosso lado!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

DESENVOLVIMENTO URBANO - ENTRE O ATRASO E A URGÊNCIA

Ontem vi um punhado de gente reclamando do governo municipal e estadual com relação as chuvas que trouxeram os problemas e as tragédias de sempre às várias cidades do estado do Rio de Janeiro. Não é de hoje que convivemos com isso e as pessoas sofrem e tem o direito de ficar indignadas com a falta de solução para problemas tão recorrentes... Vi uma foto antiga de uma enchente ocorrida por volta dos anos 30 e a foto, pasmem, guarda muita relação com as fotos que vi agora. É como se tudo fosse igual. Como se nada tivesse mudado. Mas, mudou. E o que faz ainda essas coisas acontecerem? O descaso dos políticos como a nossa corrupta imprensa com o intuito de desmoralizar o processo político propala a quatro ventos? Não é tão simples assim o processo de desenvolvimento. Quem conhece um pouco de história e verifica o que foram os últimos quarenta anos no Brasil, antes dos Governos do PT, verá que em termos de desenvolvimento urbano, poucas coisas mudaram. Esses dias para sair de Duque de Caxias onde havia realizado várias assembleias com trabalhadores da região e precisando chegar rapidamente a uma reunião no centro do Rio de Janeiro utilizei o trem da Supervia e fiquei impressionada com o que vi. Trem sem ar condicionado, completamente abandonado, com bancos quebrados e sem conforto algum para as pessoas. O horário que eu utilizei foi depois das 8 horas da manhã. Fiquei me perguntando como seria no horário de tráfego intenso, quando todas as pessoas estão indo para o trabalho, de cinco horas da manhã até sete horas. Me lembrei de cenas que eu vi aqui na internet e na TV. Pessoas correndo perigo fora do trem, um amontoado de gente parecendo gado indo para o matadouro. O problema de mobilidade urbana que temos hoje em dia nas grandes cidades chegou à calamidade que temos por desleixo e falta de prioridade dos governos antes do PT. As chuvas que causam tragédias a grandes ou pequenas cidades tem inúmeras causas, simples e complexas, que precisam ser estudadas com seriedade e solucionadas. A grande questão é que todos os governos que vieram após o período da democratização foram colonialistas e nunca se preocuparam com as prioridades do povo, mas, apenas com seus próprios interesses capitalistas. Os anos 90 então foram pródigos em se vender para a população a ideia de que tudo deveria ser privatizado para dar certo. FHC seguiu a risca várias cartilhas neoliberais e vendeu várias empresas que estavam nas mãos do Estado e que seriam molas mestras propulsoras de desenvolvimento de nossa infraestrutura se não tivessem sido vendidas a preço de banana como foram, tornando-se corporações movidas somente a lucro sem função social nenhuma. A Vale do Rio Doce foi uma delas. Foi Lula quem mudou o jogo e priorizou os pobres que nunca tiveram vez no país privilegiando algumas áreas de desenvolvimento. Tirou o país da mesmice de sempre. Colocou o Brasil num novo rumo. Não dava para fazer tudo de uma vez só. Era preciso dar atenção ao que nunca tinha sido priorizado. Lula pegou um país endividado, sem dinheiro para investimentos, e criou condições para que pudéssemos ver o que estamos vendo agora. O Brasil inteiro sendo cortado por obras e obras de infraestrutura. Quem viveu na década de 70 e 80 como eu, fica pasmo vendo a quantidade de obras sendo realizadas em tantos lugares diferentes. Todas essas obras são prioridades para o povo? Depende do governante da cidade ou do estado... O Governo Federal tem subsidiado a maior parte de tudo isso, mas, a decisão é regional e local. Fico imaginando quanto tempo perdemos e como são urgentes as necessidades que temos. A urbanização das cidades no Brasil nunca levou em conta a população em si. Tudo que se construiu se baseou nas necessidades e interesses da elite brasileira. Foi assim até 2002. Mobilidade urbana? Para que? Para quem? Quem precisa de trens, ônibus, metrôs ou barcas? Quem mais sofre com as enchentes e falta de saneamento básico? Quem, de fato, precisa de parques, escolas, saúde pública de qualidade? E quem se importa se a população não tem essas coisas? Quem se importa se não temos uma polícia cidadã que priorize a segurança e não o terrorismo? Quem é responsável pelas deficiências e discriminações de sempre? As eleições de 2014 são importantíssimas para continuarmos no rumo dessas mudanças de prioridades. Todos nós queremos que esse atraso de tantos anos seja priorizado agora nas ações de nossos governadores, deputados e senadores, além, é claro da própria presidente da república. Não queremos mais ser tratados como sem importância, pois, somos muitos! Somos muitos trabalhadores e trabalhadoras espalhados por esse país. É preciso dar sentido de urgência ao desenvolvimento das nossas cidades e queremos participar disso com força e vontade. Para isso temos que colocar em prática a ideia do orçamento participativo, para que os governantes de fato se comprometam com aquilo que queremos. Mas, um alerta! Se continuarmos a votar em empresários, ruralistas e religiosos moralistas vai ficar difícil fazer isso acontecer. Assim, que façamos a nossa parte, para não termos que reclamar depois...

sábado, 30 de novembro de 2013

O GOLPE DA CULPA QUE O PT ASSUMIU... E ACORDOU!

Estava eu lendo e relendo esses dias as reportagens e notícias sobre o julgamento da AP 470 e as palavras de Pizzolato numa das únicas vezes em que pudemos ouvir o que ele tinha a dizer ressoaram em meus ouvidos como algo maior: "Não assumam uma culpa que o PT não teve!" Profunda frase! Lúcida e sincera frase, de alguém que estava sendo julgado por algo que não tinha feito, ciente da luta necessária contra a  injustiça, o julgamento midiático e a trama soturna e golpista que estavam armando contra o Partido dos Trabalhadores. Trabalhou, num primeiro momento, acreditando que poderia haver justiça, embasado por todos os documentos e dados existentes na AP 470. Todos que conheceram Pizzolato sabem o quanto ele sofria, o quanto se indignava e a tristeza que nunca saiu de seus olhos quando falava do assunto. Mas, poucos, entenderam o que essas palavras queriam dizer... O grande problema desse julgamento, para além de tudo que já expusemos, infelizmente, pois, fez diferença, foi o fato de vários petistas terem assumido para si a culpa e terem acreditado, por conta de revanchismos políticos e diferenças pessoais e partidárias que suas lideranças eram responsáveis, de fato, pelo que a oposição junto com a mídia veio a apelidar de "Mensalão". Que a mídia e a oposição quisessem ferir de morte o PT nunca foi novidade. Mas, que militantes e lideranças do PT com divergências políticas com José Dirceu fossem massa de manobra para isso, não se podia acreditar. A verdade, é que o projeto político do PT que inseriu e deu voz a milhões de pessoas na sociedade brasileira fez com que as elites que sempre estiveram a frente no comando do país destilassem seu ódio de classe e revigorassem seus planos golpistas. O Judiciário brasileiro sempre existiu para beneficiar os mais privilegiados. Basta ler um pouco de história do Brasil e você contará nos dedos a justiça real que foi feita através do Judiciário. As carreiras de médico e advogado são as mais antigas no Brasil, que surgiram dentro da elite e, assim, não se poderia esperar dessas corporações nada diferente do que uma aliança com os mais ricos. Tanto Lula quanto Dilma não se preocuparam com Judiciário brasileiro e não investigaram a fundo as relações promíscuas entre mídia e judiciário. Deu no que deu... O golpismo seguro de pessoas que queriam manchar o partido. Atacando Zé Dirceu conseguiram atingir o partido, fazendo com que muitos petistas se acabrunhassem e tivessem vergonha enquanto outros, que discordavam das posições de Dirceu se aproveitaram para assumir a culpa que a oposição lhes impunha e forçar uma mudança de rumos no PT, uma mudança que os contemplasse com suas posições. Foram poucos a considerar que o PT não poderia se curvar à culpa imposta pela mídia e pela oposição. Poucos continuaram lutando! Poucos perceberam que essa culpa poderia atingir o projeto político, como atingiu. Entre eles Pizzolato! O Bode Expiatório de todas as culpas. Foi acusado de traidor por aqueles que eram do grupo de Gushiken sem ter feito nada para isso a não ser dizer a verdade. Foi o pivô usado pelo judiciário para acusar todos os outros, numa trama, onde todos os documentos e depoimentos dos autos diziam ao contrário, afirmavam sua inocência. Joaquim Barbosa o acusou de todos os crimes que pôde, para dar mais autenticidade à mentira que foi o julgamento da AP 470. Ironia do destino, o mesmo Pizzolato que afirmou que o PT não podia assumir a culpa pela farsa que foi o processo, assumiu sozinho a melhor chance que o PT tem de mostrar as maracutaias que envolveram essa ação penal, na Itália. Depois de mais mais de oito anos de cantilena da mídia comprada pela oposição fica muito mais difícil mostrar o que aconteceu e mudar as cabeças. O PT perdeu um tempo precioso assumindo a culpa que seus adversários lhe imputaram. O saldo nada positivo: Gushiken morto, Genoíno doente e Delúbio e Zé Dirceu privados da liberdade e o PT acusado de ser igual aos outros partidos por muitas pessoas. Que análise de conjuntura mais besta foi essa que permitiu que essas coisas acontecessem? Faço parte daqueles que há alguns anos milita no partido denunciando a farsa que foi esse julgamento! Eu e muitos desses que insistimos na inocência dos réus porque acompanhamos de perto o assunto fomos tachados de muitas coisas... Parece que o partido agora acordou! Que bom! Apesar das baixas que não precisavam acontecer, antes tarde do que nunca! Que o golpe da culpa que a mídia corrompida e o judiciário tentaram nos imputar não seja mais assumido por nós! Por nenhum de nós! E que muitos na sociedade que acreditaram nessa farsa também se juntem a nós e lutemos todos por justiça e pela revisão desse julgamento inescrupuloso.